Sabemos que o tratamento dialítico necessita de muitos cuidados para não expor os pacientes à um risco elevado de complicações. No tocante à água que é utilizada na hemodiálise, por exemplo, o seu tratamento é uma das principais questões de segurança. Pois ocorre que não havendo tratamento adequado do líquido ele pode vir a apresentar micro-organismos.
Estes têm capacidade de atravessar a membrana semipermeável do dialisador, contaminando o sangue dos pacientes. Uma situação que tem consequências graves, podendo levar à óbito. Tenha em vista que um paciente de hemodiálise é exposto a algo entre 18 mil e 36 mil litros de água por ano. Um risco latente de contaminação.
É por isto que a água deve ser submetida à procedimentos específicos que a tornem adequada. Por muito tempo acreditou-se que bastava que ela fosse potável, o que não é verdade. E isto acontece porque mesmo potável ela apresenta alto grau de impurezas. É para evitar problemas que as legislações determinando parâmetros físico-químicos e microbiológicos foram desenvolvidas.
A RDC 11 foi estabelecida em 13 de março de 2014 a fim de atualizar os requisitos de boas práticas para o funcionamento de serviços de diálise. Embora o reuso de capilares ganhe foco especial, também há espaço para o tratamento da água. Na sessão XIII da resolução é recomendado que amostras de água para análise sejam coletadas após o subsistema de tratamento.
Isto é válido se o material for destinado à análise de seus aspectos fisioquímicos. Para os fins de análise microbiológica deve ser coletada a água no ponto de retorno ou nas salas de processamento. Ao analisar as endotoxinas os limites estabelecidos foram de 0,25 EU/ml em oposição aos 2 EU/ml da RDC anterior. Com relação à contagem de bactérias heterotróficas a medida é de 100 UFC/ml - antes era aceito 200 UFC/ml.
É possível encontrar o quadro com todos os componentes e seus respectivos valores máximos permitidos no texto da resolução. Também é registrada a frequência com que atividade deve ser realizada. A maioria das análises deve acontecer de forma semestral, à exceção dos dois casos mencionados que precisam ser mensais. O mesmo ocorre com os coliformes totais.
As medidas descritas visam oferecer maior segurança na prática da diálise. A qualidade da água é, afinal, um dos maiores riscos à atividade. Com a RDC 11 pode ser estabelecido sistema de coleta e análise de dados que assegure procedimentos adequados de tratamento. Na sua totalidade a resolução engloba práticas que resguardam tanto os pacientes, quanto os profissionais envolvidos.
O objetivo da Anvisa é promover o equilíbrio entre a proteção da saúde dos pacientes e a necessidade de implantação das medidas. Inclusive a questão a respeito de hemodiálise e a RDC 11 pode passar por alterações no futuro para melhor atender este objetivo.
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