Essa interferência é um fator que deve ser considerado pelos analistas clínicos, já que os resultados obtidos nesse processo dependem, entre outros fatores, da qualidade da água utilizada.
Além disso, a presença dessas características pode prejudicar o funcionamento dos equipamentos analíticos utilizados em laboratório e provocar falhas mecânicas, gerando prejuízos financeiros a longo prazo.
Na tentativa de atenuar a interferência das características da água utilizada para esses fins, há normas especificadas por diferentes organizações para monitorar a qualidade da água utilizada no laboratório, que deve ser purificada. As mais utilizadas no Brasil são as da Farmacopeia Brasileira, USP, ISO, NCCLS e ASTM.
Conheça, a seguir, algumas das particularidades da água com alta qualidade utilizada em análises clínicas e exames.
A água reagente utilizada em laboratórios pode ser classificada em diferentes tipos de acordo com a sua finalidade. Assim, há a água tipo I e água tipo II, III, entre outros.
O que define a tipologia é o processo de purificação utilizado, que pode ser mais ou menos eficiente. Desse modo, há os conceitos de água purificada e água ultrapurificada.
Dentre os métodos de purificação podemos citar a filtração, a destilação, micro/ultrafiltração, osmose reversa, entre outros, sendo que cada um apresenta as suas vantagens e desvantagens.
Ademais, a depender da destinação da água reagente, o laboratório também considera o custo-benefício de cada tipo.
Para que o laboratório determine se a água purificada e ultrapurificada utilizada em seus processos clínicos estão dentro dos parâmetros de qualidade especificados nas normas reguladoras já citadas, é necessária a realização de análises físico-químicos para comparação entre os resultados e os valores de referência.
O monitoramento da água reagente é determinado de acordo com as 5 características definidas a seguir.
Definidas as medidas da condutividade e da resistividade da água se pode determinar a taxa de contaminantes iônicos e, a partir dessa informação, dos sólidos totais dissolvidos.
A definição da parcela de carbono total (CT) depende da quantidade de gás carbônico gerado.
Essa análise deve ser realizada a cada mês para assegurar que não há a presença de moléculas orgânicas.
A água de alimentação é um ambiente propício para a formação de biofilmes, que podem alterar os resultados dos exames e prejudicar o funcionamento dos equipamentos utilizados através da biocorrosão.
Além disso, essas comunidades biológicas são fontes de endotoxinas, que contaminam a água e provocam a perda da pressão.
O controle microbiológico é conduzido através da contagem de bactérias heterotróficas (THPC) e deve ser realizado a cada semana.
Parte integrante da membrana externa de algumas bactérias, as endotoxinas podem alterar os resultados das análises clínicas porque promovem a catalisação da hidrólise de moléculas de RNA e DNA, o que faz com que se tornem instáveis.
Há algumas técnicas que podem detectar e quantificar a presença das endotoxinas na água: técnica cromogênica, turbidimetria e teste do coágulo.
Por fim, as análises clínicas realizadas em laboratório são desenvolvidas a partir de amostras cada vez menores, assim, as substâncias reagentes – incluindo a água purificada e a água ultrapurificada – devem manter um nível de qualidade cada vez maior.
Para saber mais sobre nossas soluções e solicitar um orçamento clique AQUI.